AGOSTINHO DA SILVA
EDUCAÇÃO DE PORTUGAL
AGOSTINHO DA SILVA
DISPONÍVEL PARA VENDA
* Livro esgotado nos circuitos comerciais
Sinopse
Foi em 1970 que Agostinho da Silva escreveu Educação de Portugal, depois de lhe ter sido solicitado. Na altura, a editora recusou a publicação, depois de ler o manuscrito, por tê-lo considerado "demasiado filosófico". De facto, um envelope, do espólio entregue à Biblioteca Hernâni Dias da Silva, continha as palavras "recusada a publicação por ter sido considerado demasiado filosófico".
Felizmente, veio a ser publicado em 1989. O pensamento de Agostinho da Silva é francamente original. É sebastianista, mas não parece ser saudosista nem melancólico. Antes vê em Portugal um caminho de concretização da liberdade. Acredita que o homem nasce bom, e que crescer bem será regressar à infância. Diz mesmo que a criança é o bom selvagem. Que se deve recuperar a ideia de bom selvagem, a que os homens de ciência entretanto deixaram de dar crédito.
"Para que os tais mortos de Alcácer ressuscitem tem que se principiar pela educação do povo; reforma alguma pode ser válida em cima da imensa massa de analfabetos e improdutivos constituída pelos que falam ou deviam falar português; pregação política alguma tem qualquer espécie de sentido quando se dirige a ouvidos que não ouvem e agita miragens perante olhos que cegos permanecem; destino algum histórico se pode apontar aos que não tenham noção de suas origens, nada entendam do tempo em que lhes coube existir e não vejam diante de si sorte nenhuma que não seja a de sobreviver na miséria, a de esmolar um dia ou a de terem de emigrar como escravos para países que os não entendem e em que não se entendem; ainda que pareça o contrário, pode o povo estar inteiramente à margem da vida económica e da vida cultural da nação; as quais, por isso mesmo, só na aparência serão de economia e cultura; ignorância e carências, eis o que haverá."
*LIVRO USADO
Pr. 15,00€
PODE RESERVAR AQUI ...
* Livro esgotado nos circuitos comerciais
Sinopse
Foi em 1970 que Agostinho da Silva escreveu Educação de Portugal, depois de lhe ter sido solicitado. Na altura, a editora recusou a publicação, depois de ler o manuscrito, por tê-lo considerado "demasiado filosófico". De facto, um envelope, do espólio entregue à Biblioteca Hernâni Dias da Silva, continha as palavras "recusada a publicação por ter sido considerado demasiado filosófico".
Felizmente, veio a ser publicado em 1989. O pensamento de Agostinho da Silva é francamente original. É sebastianista, mas não parece ser saudosista nem melancólico. Antes vê em Portugal um caminho de concretização da liberdade. Acredita que o homem nasce bom, e que crescer bem será regressar à infância. Diz mesmo que a criança é o bom selvagem. Que se deve recuperar a ideia de bom selvagem, a que os homens de ciência entretanto deixaram de dar crédito.
"Para que os tais mortos de Alcácer ressuscitem tem que se principiar pela educação do povo; reforma alguma pode ser válida em cima da imensa massa de analfabetos e improdutivos constituída pelos que falam ou deviam falar português; pregação política alguma tem qualquer espécie de sentido quando se dirige a ouvidos que não ouvem e agita miragens perante olhos que cegos permanecem; destino algum histórico se pode apontar aos que não tenham noção de suas origens, nada entendam do tempo em que lhes coube existir e não vejam diante de si sorte nenhuma que não seja a de sobreviver na miséria, a de esmolar um dia ou a de terem de emigrar como escravos para países que os não entendem e em que não se entendem; ainda que pareça o contrário, pode o povo estar inteiramente à margem da vida económica e da vida cultural da nação; as quais, por isso mesmo, só na aparência serão de economia e cultura; ignorância e carências, eis o que haverá."
*LIVRO USADO
Pr. 15,00€
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MOISÉS E OUTRAS PÁGINAS BÍBLICAS
AGOSTINHO DA SILVA
VENDIDO
* Livro esgotado nos circuitos comerciais
Sinopse
Agostinho da Silva é dos mais paradoxais pensadores portugueses do século XX. O tema mais candente da sua obra foi a cultura de língua portuguesa, num fraternal abraço ao Brasil e aos países lusófonos. Todavia, a questão das filosofias nacionais não é para si decisiva, parecendo-lhe antes uma questão académica: «Não sei se há filosofias nacionais, e não sei se os filósofos, exactamente porque reflectem sobre o geral, se não internacionalizam desde logo».
O problema de que parte é a procura de uma razão de ser para Portugal: o que eu quero é que a filosofia que haja por estes lados arranque do povo português, faça que o povo português tenha confiança em si mesmo», entendendo por «povo português» não apenas os portugueses de Portugal, mas também os do Brasil, laçados de índios e negros, os portugueses de África, tribais e pretos, como também os da Índia, de Macau e de Timor.
Embarcando num sonho universalista em que os portugueses que vivem apenas para Portugal não têm razão de ser, apresentou-se aos olhos tantas vezes desconcertados dos seus leitores como um cavaleiro do Quinto Império, um reinado do Espírito Santo, respirando um misto de franciscanismo e de joaquimismo e, em todo o caso, obra mais de cigarras que de formigas como era próprio das crianças: «Restaurar a criança em nós, e em nós a coroarmos Imperador, eis aí o primeiro passo para a formação do império», o que é dizer que o primeiro passo dos impérios está sempre no espírito dos homens, aptos para servir, como os antigos templários ou os cavaleiros da Ordem de Cristo.
Um império sem clássicos imperadores, que leve aos povos do mundo uma filosofia capaz de abranger a liberdade por que se bate a América, a segurança económica conseguida pela União Soviética, e a renúncia aos bens que depois de ter estado na filosofia de Lao-tsé, diz estar também na de Mao-tsé, mas uma filosofia que as três possam corrigir, purgando a primeira de imperialismos, a segunda da burocracia, e a terceira de catecismos.
É esta uma filosofia que, como gostava de dizer, não parte imediatamente de uma reflexão sobre as ciências exactas, como em Descartes ou Leibniz, mas da fé, como em Espinosa. Partir de crenças como ponto vital e tomar como símbolo preferido que a palavra «crer» parece ter a mesma origem que a palavra «coração», fazendo depois como o Infante, abrindo-se à ciência dos seus pilotos, astrónomos e matemáticos. Tudo dito e defendido com a tranquilidade de quem sabe que até hoje ninguém desvendou os mistérios do mundo e conhece por isso os limites das soluções positivas.
Assim, seria possível valorizar aquilo que a seu ver nos distinguiria como povo e como cultura: um povo e uma cultura capazes de albergar em si «tranquilamente, variadas contradições impenetráveis, até hoje, ao racionalizar de qualquer pensamento filosófico».
Império do futuro precavido e purgado dos males que arruinaram os quatro anteriores, sem manias de mando, ambições de ter e de poder, sem trabalho obrigatório, sem prisões e sem classes sociais, sem crises ideológicas e metafísicas. Esse já não era o império europeu, dessa Europa ávida de saber e de poder, e por isso esgotada como modelo para os outros 80% da humanidade, menos ávida de poder e mais preocupada com o ser.
Trazer por isso o mundo à Europa, como outrora levámos a Europa ao mundo, tal a missão da cultura de língua portuguesa, construindo o seu domínio com uma base espiritual e sem base em terra, porque a propriedade escraviza e só não ter nos torna livres.
*LIVRO USADO
Pr. 15,00€
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Sinopse
Agostinho da Silva é dos mais paradoxais pensadores portugueses do século XX. O tema mais candente da sua obra foi a cultura de língua portuguesa, num fraternal abraço ao Brasil e aos países lusófonos. Todavia, a questão das filosofias nacionais não é para si decisiva, parecendo-lhe antes uma questão académica: «Não sei se há filosofias nacionais, e não sei se os filósofos, exactamente porque reflectem sobre o geral, se não internacionalizam desde logo».
O problema de que parte é a procura de uma razão de ser para Portugal: o que eu quero é que a filosofia que haja por estes lados arranque do povo português, faça que o povo português tenha confiança em si mesmo», entendendo por «povo português» não apenas os portugueses de Portugal, mas também os do Brasil, laçados de índios e negros, os portugueses de África, tribais e pretos, como também os da Índia, de Macau e de Timor.
Embarcando num sonho universalista em que os portugueses que vivem apenas para Portugal não têm razão de ser, apresentou-se aos olhos tantas vezes desconcertados dos seus leitores como um cavaleiro do Quinto Império, um reinado do Espírito Santo, respirando um misto de franciscanismo e de joaquimismo e, em todo o caso, obra mais de cigarras que de formigas como era próprio das crianças: «Restaurar a criança em nós, e em nós a coroarmos Imperador, eis aí o primeiro passo para a formação do império», o que é dizer que o primeiro passo dos impérios está sempre no espírito dos homens, aptos para servir, como os antigos templários ou os cavaleiros da Ordem de Cristo.
Um império sem clássicos imperadores, que leve aos povos do mundo uma filosofia capaz de abranger a liberdade por que se bate a América, a segurança económica conseguida pela União Soviética, e a renúncia aos bens que depois de ter estado na filosofia de Lao-tsé, diz estar também na de Mao-tsé, mas uma filosofia que as três possam corrigir, purgando a primeira de imperialismos, a segunda da burocracia, e a terceira de catecismos.
É esta uma filosofia que, como gostava de dizer, não parte imediatamente de uma reflexão sobre as ciências exactas, como em Descartes ou Leibniz, mas da fé, como em Espinosa. Partir de crenças como ponto vital e tomar como símbolo preferido que a palavra «crer» parece ter a mesma origem que a palavra «coração», fazendo depois como o Infante, abrindo-se à ciência dos seus pilotos, astrónomos e matemáticos. Tudo dito e defendido com a tranquilidade de quem sabe que até hoje ninguém desvendou os mistérios do mundo e conhece por isso os limites das soluções positivas.
Assim, seria possível valorizar aquilo que a seu ver nos distinguiria como povo e como cultura: um povo e uma cultura capazes de albergar em si «tranquilamente, variadas contradições impenetráveis, até hoje, ao racionalizar de qualquer pensamento filosófico».
Império do futuro precavido e purgado dos males que arruinaram os quatro anteriores, sem manias de mando, ambições de ter e de poder, sem trabalho obrigatório, sem prisões e sem classes sociais, sem crises ideológicas e metafísicas. Esse já não era o império europeu, dessa Europa ávida de saber e de poder, e por isso esgotada como modelo para os outros 80% da humanidade, menos ávida de poder e mais preocupada com o ser.
Trazer por isso o mundo à Europa, como outrora levámos a Europa ao mundo, tal a missão da cultura de língua portuguesa, construindo o seu domínio com uma base espiritual e sem base em terra, porque a propriedade escraviza e só não ter nos torna livres.
*LIVRO USADO
Pr. 15,00€
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